O Garimpeiro - Cap. 12: XII – MOEDEIRO FALSO Pág. 97 / 147

Este abaixou os olhos trémulo e convulso de raiva e de vergonha, e disse aos guardas em tom rápido:

- Vamos!... vamos depressa! quero saber que maroteira é esta.

O que ele queria porém era evitar a vergonha e humilhação de ser visto naquelas circunstâncias pelo Major e Lúcia. Lúcia estava doente em seu quarto; mas o Major e algumas outras pessoas da casa já tinham acudido à janela.

- O que é isto, senhor Leonel! ? o que é que estou vendo! - exclamou o Major. - Camaradas, que quer dizer isto? aqui há decerto algum engano. Que fez este homem?

- Ele melhor o sabe do que nós, senhor Major, - disse um dos soldados; - pergunte a ele.

- Não se inquiete, Major, - disse Leonel. - Estou preso, é verdade; mas há sem dúvida algum equívoco. Eu vou já deslindar tudo isto, e breve estou de volta.

E foi saindo a passos rápidos no meio dos dois guardas, e acompanhado pelo meirinho.

Nesse momento vinha descendo pela estrada que passava pela frente da casa a uns cem passos de distância, um cavaleiro todo embuçado em seu ponche e com o rosto quase inteiramente encoberto por seu largo chapéu desabado. Ao presenciar aquela cena, parou, deixando que primeiro passassem a escolta e o preso. Quando iam passando por diante dele, ergueu o chapéu e descobrindo o rosto, clamou com acento de voz satânico:

- Ainda bem, que a vingança do céu veio mais cedo do que eu esperava!

A esta voz Leonel, que marchava rapidamente e com os olhos cravados no chão, levantou sobressaltado a cabeça, estremeceu, cambaleou, e teria caído, se não se tivesse escorado ao braço de um dos guardas. Tinha reconhecido Elias.

Elias, que na manhã daquele mesmo dia tinha partido com o firme propósito de nunca mais voltar a Bagagem, ao sair da mata e avistar





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