O Retrato de Dorian Gray - Cap. 16: Capítulo 16 Pág. 267 / 335

Desde o tempo da Rainha Isabel que lá não há um escândalo, e, por conseguinte, adormecem todos no fim do jantar. Não quero que se sente ao pé deles. Quero que se sente ao pé de mim e me entretenha.

Dorian murmurou um cumprimento gracioso e relanceou os olhos em roda. Sim: era, com efeito, uma reunião aborrecida. Duas pessoas nunca ele tinha visto, e as outras eram: Ernest Harrowden, de meia idade, uma daquelas mediocridades tão vulgares nos clubes de Londres que não têm inimigos, mas de que os amigos não gostam absolutamente nada; Lady Ruxton, de 47 anos, vistosamente vestida, nariz aquilino, que fazia sempre todos os esforços para parecer comprometida, mas era tão rasteiramente banal, que, com grande desgosto seu, ninguém acreditava coisa alguma em seu desabono; Mrs. Erlynne, um ninguém metediço, de cabelo ruivo veneziano e deliciosamente ciciosa; Lady Alice Chapman, filha da dona da casa, bronca e desajeitada, com uma daquelas caras britânicas características, que, uma vez vistas, nunca mais lembram; e seu marido, de faces encarnadas e suíças brancas, o qual, como muitos da sua classe, entendia que uma jovialidade desordenada pode suprir a absoluta falta de ideias.

Dorian Gray quase se arrependia de ter vindo, quando Lady Narborough, olhando para o grande relógio de bronze dourado, exclamou:





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