Contos de Mistério - Cap. 5: A NOVA CATACUMBA
(The new catacomb) Pág. 106 / 167

- Então quando aconteceu perguntar-me uma coisa à qual eu não tenha respondido? Lembre-se, pois, meu caro, de que fui eu que lhe forneci todos os materiais para o seu famoso relatório sobre o templo das Vestais.

- É verdade, mas esse não era um estudo de grande importância.

Se, por acaso, lhe fizesse uma pergunta de ordem muito íntima, pergunto-me se estaria pronto a responder-me.

Esta nova catacumba é uma coisa quase íntima para mim, toca- -me de muito perto; e se chegasse a dar-lhe os pormenores que me reclama, gostaria que manifestasse para comigo prova da mesma confiança.

- Onde diabo pretende chegar? Não consigo adivinhar - exclamou o jovem inglês -, mas se a sua intenção é fazer-me compreender que responderá às perguntas que lhe fizer acerca da sua descoberta se, do meu lado, responder àquelas que me fizer, posso afirmar-lhe que me sentiria muito feliz em ser-lhe agradável.

- Ora bem, então - disse Burger, espreguiçando-se molemente na sua poltrona, e lançando para o ar espirais de fumo azul-, fale-me das suas relações com Miss Mary Saunderson.

Kennedy deu um salto no assento e lançou olhares furiosos ao companheiro, que permaneceu impassível.

- O que quer isso dizer? - exclamou. - Que pergunta vem a ser essa? Se é um gracejo, afirmo-lhe que o acho muito deslocado.

- Não, não é um gracejo - replicou Burger num tom grave. - Os pormenores da sua intriga interessam-me no mais elevado grau. Conheço pouco o mundo... as mulheres, os hábitos sociais e tudo o resto, e sinto atracção pelo desconhecido.

Conheço-o a si intimamente; a ela tinha-a avistado por diversas vezes... até lhe falei em duas ou três ocasiões. Ficaria, portanto, feliz se soubesse pela sua própria boca o que se passou entre os dois.





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