- E o outro... o noivo?
Kennedy encolheu os ombros:
- Que quer, cada um por si, neste baixo mundo! - retorquiu. - É provável, aliás, que se fosse mais simpático do que eu ela não o tivesse abandonado. Mas falemos de outra coisa, meu caro, porque realmente este assunto é penoso para mim.
- Mais uma palavra. Como é que, em três semanas, ficou farto dela?
- De um lado ,~do outro, o amor arrefeceu aos poucos.
Ela declarou-me, por diversas vezes, que não consentiria, sob nenhum pretexto, em voltar para Roma onde conhecia tanta gente. A estada na capital é para mim uma necessidade absoluta, e já começava a cansar-me de ter abandonado os meus queridos trabalhos. Residia, portanto, aqui uma das causas que deviam levar fatalmente à separação. Depois o pai dela, um velhote, veio importunar-nos num hotel de Londres; houve uma cena terrível e, por fim, a nossa ligação assumiu contornos tão desagradáveis que, mais tarde... porque, no primeiro momento, confesso que ela me fez muita falta... senti- -me muito feliz por ver-me livre. Conto, claro, com a sua inteira discrição?
- Meu caro Kennedy, creia que nunca me ocorrerá o pensamento de repetir o que me confiou. A sua narrativa interessou- me vivamente, Porque pude aperceber-me do modo como encara as coisas. Quanto a mim, não as vejo sob o mesmo ângulo, mas conheço tão pouco a vida! E agora deseja que lhe revele o segredo da minha nova descoberta. É inútil dizer-lhe onde ela se situa, porque nunca conseguiria lá chegar.
A única coisa que posso fazer é levá-lo lá.
- Seria muito amável, e ficaria entusiasmado.
- Quando quer que lá vamos?
- O mais cedo possível, pois sinto-me muito impaciente.
- Ora bem, se quiser, a noite está bela, embora um pouco fresca; podemos partir dentro de uma hora: deveremos partir dentro de uma hora; precisamos de tomar cautelas para não chamar as atenções.