Contos de Mistério - Cap. 5: A NOVA CATACUMBA
(The new catacomb) Pág. 112 / 167

Caminhavam a direito, continuando o caminho pelo meio de uma fila de enormes túmulos que se erguiam gigantescos na obscuridade. Quando chegaram à altura das catacumbas de S. Calisto, avistaram, violentamente batido pelo luar, o edifício circular de Cecilia Metella que lhes ficava em frente. Neste momento, Burger parou levando a mão ao flanco.

- As suas pernas são mais compridas do que as minhas e, além disso, está mais habituado do que eu à marcha - disse ele a rir. - Creio que chegámos ao ponto em que é preciso abandonar a estrada. Sim, é mesmo aqui, no outro lado do passeio.

Vamos percorrer uma vereda muito estreita, vou tomar a dianteira e só terá que seguir-me.

Tinha acendido a lanterna e, graças à sua fraca claridade, puderam percorrer a vereda estreita e sinuosa que atravessava as charnecas da Campânia. O grande aqueduto da velha Roma parecia formar os anéis de uma imensa lagarta através da paisagem alvacenta iluminada pelo luar. Esta vereda conduziu-os até debaixo de um dos imensos arcos e atravessaram o montão de ruínas, restos veneráveis das antigas arenas. Por fim, Burger deteve-se em frente de um estábulo solitário e tirou uma chave da algibeira.

- Certamente que a sua catacumba não fica no interior de uma casa! - exclamou Kennedy.

- Não, mas a entrada sim. É justamente isto que torna impossível a descoberta do meu segredo por outra pessoa.

- O proprietário deste estábulo está ao corrente?

- Claro que não, mas como tinha descoberto determinados objectos que me mostrou, foi-me fácil concluir que o edifício devia ter sido construído mesmo à entrada de uma catacumba.

Arrendei-lhe, portanto, o estábulo e fui eu próprio quem efectuou as escavações. Vamos, entre e feche a porta.

Era um longo edifício inteiramente vazio, no muro do qual se destacavam apenas as manjedouras enormes.





Os capítulos deste livro