Contos de Mistério - Cap. 5: A NOVA CATACUMBA
(The new catacomb) Pág. 113 / 167

Burger pôs a lanterna no chão e colocou o sobretudo de maneira a velar a luz de todos os lados, excepto um único.

- Se avistassem luz neste sítio solitário, isso era capaz de atrair as atenções - observou ele. - Faça o favor de ajudar- -me a retirar as tábuas.

Num canto da dependência o sobrado era móvel e os dois jovens retiraram sucessivamente todas as tábuas que depositaram contra a parede. A abertura assim obtida fê-los descobrir uma antiga escada de pedra, com degraus verdetes, que parecia descer para as entranhas da terra.

- Cuidado! - avisou Burger, ao ver Kennedy que, fremente de impaciência, começara a descer. - É uma verdadeira toca de coelhos e se calhasse a perder a noção do caminho não teria uma hipótese em cem de sair vivo deste verdadeiro labirinto.

Espere, pois, um instante, que eu levo já a luz.

- Então como consegue encontrar o seu caminho se os desvios são tão complicados?

- Por mais de uma vez expus-me a famosos riscos, mas aos poucos aprendi a orientar-me. Há um certo método a empregar para evitar perdermo-nos, mas não há dúvidas de que um homem que se encontrasse de súbito na escuridão nunca conseguiria alguma vez salvar-se. Por isso, tenho sempre o cuidado, quando devo aventurar-me muito para a frente na catacumba, de levar comigo um novelo de cordel que deixo desenrolar-se enquanto caminho. Compreenderá facilmente as dificuldades quando tiver verificado a presença de galerias que se dividem e subdividem uma dúzia de vezes antes de termos percorrido uma distância de cem metros.

Em breve tinham descido a coisa de seis metros abaixo do nível do estábulo e agora encontravam-se numa sala quadrada talhada no tufo.

A lanterna projectava a sua luz vacilante e iluminava vivamente o solo, deixando na sombra toda a parte superior mas permitindo aperceber as paredes enegrecidas e estaladas devido à vetustez.





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