Contos de Mistério - Cap. 5: A NOVA CATACUMBA
(The new catacomb) Pág. 115 / 167

- Tive a precaução de trazer uma vela sobressalente e possuo na algibeira uma caixa de fósforos. A propósito, Kennedy, também traz fósforos?

- Não, talvez fosse bom dar-me alguns.

- Oh, é perfeitamente inútil. Não há perigo de ficarmos separados.

- Ainda temos de ir muito longe? Parece-me que já percorremos, pelo menos, um quarto de milha.

- Talvez até mais, em meu entender. Esta catacumba não tem limite; no que me diz respeito, pelo menos, nunca consegui encontrar-lhe o fim. Estamos a chegar a um sítio particularmente difícil e por isso farei bem, creio, se me servir do meu novelo de cordel.

Atou uma extremidade a uma pedra saliente, conservando o novelo na algibeira superior da roupa e deixando-o desenrolar- se à medida que avançava. Kennedy notou que esta precaução era verdadeiramente necessária, porque as galerias se tornavam mais complicadas e mais tortuosas do que nunca, cortadas a cada instante por uma verdadeira rede de outras passagens subterrâneas. Vinham todas desembocar numa imensa sala circular no meio da qual se erguia um pedestal quadrado de tufo, encimado por uma placa de mármore.

- Por Deus! - exclamou Kennedy com uma explosão de alegria, no momento em que Burger balouçava a lanterna por cima da placa de mármore. - Este é um altar dos primitivos tempos do cristianismo, talvez mesmo o primeiro em data.

Repare, aqui neste recanto, na cruz da consagração talhada na pedra. Não há dúvida, esta sala circular servia de capela.

- Precisamente - respondeu Burger -, se eu dispusesse de mais tempo mostrar-lhe-ia todos os corpos enterrados nestas escavações praticadas nas paredes; são os dos primeiros papas e bispos da Igreja. Estão ali com as suas minas, os seus báculos e todos os ornamentos sacerdotais.





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