Contos de Mistério - Cap. 2: O LOTE N° 249
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Norton julga que o animal se deixou cair da árvore para lhe saltar em cima. De facto, ele foi quase estrangulado por dois braços que, diz, eram tão fortes e tão delgados como hastes de aço. Não viu nada. Nada a não ser aqueles braços de um bruto que o apertavam cada vez com mais força. Berrou ao ponto de quase rebentar os pulmões, e dois camaradas acorreram; o animal passou então para o outro lado do muro como um gato. Nunca o viu com nitidez. Em todo o caso, este pobre Norton está muitíssimo abalado! Disse-lhe que, para desanuviar as ideias, o melhor seriam oito dias à beira-mar.

- Um estrangulador, provavelmente! - sugeriu Smith.

- Sem dúvida. Norton garante que não, mas paciência para o que ele diz. O estrangulador tinha unhas compridas, e sabia muito bem saltar os muros. Acho que o seu simpático vizinho ficaria encantado se estivesse a par disto. Tinha uma certa aversão a Norton e não o julgo homem para renegar as suas pequenas dívidas. Mas, oh! Oh!, que lhe está a passar pela cabeça, meu velho?

- Nada! - respondeu Smith num tom brusco.

Tivera um sobressalto no cadeirão, esbugalhando os olhos como se a sua cabeça tivesse sido atravessada por uma ideia desagradável.

- Dir-se-ia que a minha pequena história o atingiu em cheio! A propósito, travou conhecimento com Mr. B. depois de eu lhe ter falado, não é verdade? O jovem Monkhouse Lee falou-me vagamente nisso.

- Sim. Conheço-o um pouco mais. Veio aqui duas ou três vezes.

- Ora bem, você é bastante forte e bastante esperto para saber tomar conta de si! Ele não é o que eu chamaria um rapaz

são, mas enfim é muito inteligente, e tudo o resto. Em suma, descobrirá isto sozinho. Lee é um tipo como deve ser. Um homenzinho muito bom. Adeus, meu caro! Vou remar na próxima quarta-feira contra MuIlins para a taça do vice-chanceler; se lá fosse, seria um prazer para mim.





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