Contos de Mistério - Cap. 2: O LOTE N° 249
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Uma vez por todas, acabou! Ela fará o que eu disser. Não queremos voltar a vê-lo nunca mais!

Smith não pudera evitar de ouvir este diálogo, mas estugou o passo porque não desejava de modo nenhum ver-se metido naquele diferendo. Tinham-se zangado muito seriamente, era evidente, e Lee ia provocar a ruptura do noivado da sua irmã com Bellingham. Lembrando-se da comparação de Hastie, o sapo e a pomba, Smith ficou encantado com esta solução. A cabeça de Bellingham encolerizada não era bonita de ver! Na verdade, uma jovem inocente faria muito mal em confiar nele para uma vida inteira! Enquanto caminhava, Smith perguntou a si próprio qual fora a causa da querela, e qual podia ser a natureza da promessa que Bellingham tão imperiosamente havia recordado a Monkhouse Lee.

Era o dia do desafio de skull entre Hastie e Mullins, e muita gente dirigia-se para as margens do Isis. Um sol de Maio brilhava e aquecia o ar; os olmos projectavam barras de sombra escura sobre o caminho amarelo. De cada lado estendiam-se os colégios cinzentos de onde se escapavam directores de estudos vestidos de preto, professores com ar solene, jovens pálidos, atletas bronzeados com sweaters brancos ou com blasers multicores: todos se dirigiam à pressa para o ribeiro azul que desenhava os seus ziguezagues por entre os campos de Oxford.

Abercrombie Smith, com a intuição de um velho remador, escolheu o seu lugar no sítio onde sabia que se decidiria a corrida. Ao longe um zumbido intenso informou-o de que fora dada a partida; ouviu o alarido que anunciava a aproximação dos concorrentes: havia gente a correr, os espectadores que acompanhavam a corrida de barco vociferavam. Torcendo o pescoço, Smith avistou Hastie que, com uma cadência regular de trinta e seis remadas, tinha um bom comprimento de avanço sobre Mullins que remava de um modo sacudido a quarenta.





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