Contos de Mistério - Cap. 2: O LOTE N° 249
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Suponho que seja através de um processo complicado que ele consegue provocar e suprimir esta vitalidade. Quando adquiriu o domínio do processo, ocorreu-lhe muito naturalmente a ideia de utilizar a múmia como um agente. Ela dispõe de inteligência e de força. Com um fito qualquer, revelou o segredo a Lee, mas Lee, como bom cristão correcto, não quis ouvir nada disto; daqui uma disputa, e Lee jurou que avisaria a irmã acerca da verdadeira natureza de Bellingham. O jogo de Bellingham consistiu então em impedi-lo e quase o conseguiu lançando a múmia na sua peugada. Havia experimentado os seus poderes com outro rapaz, Norton, a quem guardava rancor. É por puro acaso que não tem dois assassínios na consciência! Depois, quando o acusei de ser um criminoso, teve as melhores razões do mundo para me afastar do seu caminho antes de eu poder pôr alguém ao corrente. Teve a sua oportunidade quando saí, porque conhecia os meus hábitos e sabia onde eu ia. Escapei por pouco, Peterson, e foi graças a um novo acaso que não me descobriu sem vida no seu alpendre. De um modo geral, não sou nervoso, mas nunca imaginei que tivesse medo de morrer como há pouco.

- Meu querido amigo, está a levar as coisas demasiadamente a sério - disse o companheiro. - Anda com os nervos demolidos devido ao trabalho e encarece os incidentes... Como poderia uma múmia passear nas ruas de Oxford, mesmo de noite, sem ser vista?

- Foi vista. Toda a cidade fala de um macaco fugitivo; é assim que lhe chamam.

- Evidentemente, o encadeamento é curioso! E, no entanto, meu caro, deve admitir que cada incidente em si se pode explicar de um modo mais natural.

- Essa agora! Mesmo a minha aventura desta noite?

- Certamente.





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