Contos de Mistério - Cap. 2: O LOTE N° 249
(The lot n. 249) Pág. 57 / 167

Saiu muito enervado, a cabeça cheia com

as suas teorias. Um vagabundo meio morto de fome vai ao seu encontro, vê-o correr, atreve-se a correr atrás de si. Os seus pavores e a sua imaginação fizeram o resto.

- Não, Peterson! A sua tese não serve. Recuso-a.

- E ainda, olhe, a propósito da caixa da múmia vazia e depois reocupada: o candeeiro estava com luz reduzida e você não tinha nenhuma razão especial para olhar atentamente para a caixa. É perfeitamente possível que não tenha visto a múmia na primeira vez.

- De maneira nenhuma! Está fora de dúvida, caramba!

- E depois Lee cai à água, e Norton é vítima de um estrangulador. É evidentemente uma presunção formidável contra Bellingham, mas se apresentasse o caso a um magistrado ele rir-se-ia na sua cara.

- Bem sei. Por isso tenciono arrumar o caso sozinho.

-Hem?

- Sim. Tenho a impressão de que me incumbe um dever de salubridade pública e, além disso, tenho que agir para minha própria segurança; de outro modo seria dizer que prefiro ser perseguido fora do colégio por uma múmia; seria uma

cobardia impensável! Decidi o que ia fazer. E para começar posso pedir-lhe emprestada a sua pena durante uma hora?

- Claro que sim!

Abercrombie Smith sentou-se diante de uma folha de papel de escola e durante uma hora, depois durante uma segunda hora, a pena correu alegremente. O amigo, confortavelmente sentado no seu cadeirão, observava-o com curiosidade e paciência. Finalmente, Smith soltou uma exclamação, levantou-se com um salto, reuniu as folhas, pô-las por ordem e pousou a última na secretária de Peterson.

- Faça o favor de assinar na qualidade de testemunha disse.

- Testemunha? De quê?

- Da minha assinatura e da data. A data é o mais importante.





Os capítulos deste livro