Contos de Mistério - Cap. 2: O LOTE N° 249
(The lot n. 249) Pág. 58 / 167

Vamos, Peterson, a minha vida pode depender disto! - Meu caro Smith, fala como um excitado. Permita-me que lhe peça para se meter na cama.

- Pelo contrário. Nunca falei com mais sangue-frio.

E prometo-lhe ir deitar-me logo depois de você ter assinado. - Mas de que se trata?

- É um depoimento que contém tudo o que lhe contei

esta noite. Queria que certificasse que a minha assinatura estava conforme.

- Certamente! - respondeu Peterson, assinando o seu nome por baixo do amigo. -Já está! Mas qual é a sua ideia? - Fará o favor de conservar este documento e produzi-lo no caso de eu ser preso.

- Preso! Por que motivo?

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ARTHUR CONAN DOYLE

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- Por assassínio. É bem possível. Pretendo estar prevenido contra qualquer acontecimento. Apenas me falta fazer uma coisa e estou determinado a realizá-la.

- Em nome do Céu, não cometa actos irreflectidos!

- Acredite em mim: qualquer outro método seria muito

mais temerário. Espero que não teremos necessidade de incomodá-lo, mas ficarei com o espírito mais descansado se souber que possui esta justificação dos meus móbiles. E agora, estou disposto a seguir o seu conselho, porque quero estar em grande forma amanhã de manhã.

Abercrombie Smith não era homem para brincadeiras se tivesse um inimigo. Lento e de boa compleição, era formidável quando se via constrangido a agir. Trazia para todos os objectivos da sua vida a mesma decisão resoluta que lhe permitira distinguir-se entre os estudantes de Medicina. Tinha decidido deixar de lado o trabalho durante um dia, mas esse dia não podia ser desperdiçado. Recusou-se a comunicar os seus planos ao seu anfitrião e cerca das nove horas tornou a partir para Oxford.





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