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Capítulo 1: A SEMANA SANTA

Página 13

XIII

Quando me ergui e olhei, no céu profundo

Um rastilho de luz pura e serena

Se ia embebendo nesses mares de orbes

Infinitos, perdidos no infinito,

A que chamamos o universo. Um hino

De saudade e de amor, quase inaudível,

Parecia romper desde as alturas

De tempo a tempo. Vinha como envolto

Nas lufadas do vento, até perder-se

Em sossego mortal.

O curvo tecto

Do templo, então, se condensou de novo,

E para a Terra o meu olhar volveu-se.

Da direita os espíritos radiosos

Já não estavam lá. Chispando a espaços,

Qual o ferro na incude, a espada do anjo

O mortiço rubor mandava, apenas,

D’aurora boreal quando se extingue.

XIV

Prosseguia a visão. Da esquerda às sombras

Ansiava o seio a dor: tinham no gesto

Impressa a maldição, que lhes secara

Eternamente a seiva da esperança.

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pág. 13 (Capítulo 1)

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Capa do livro A Harpa do Crente
Páginas: 117
Página atual: 13

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
A SEMANA SANTA 1
A VOZ 32
A ARRÁBIDA 35
MOCIDADE E MORTE 56
DEUS 71
A TEMPESTADE 76
O SOLDADO 82
D. PEDRO 92
A VITÓRIA E A PIEDADE 96
A CRUZ MUTILADA 106