Depois, o gládio do anjo entre os dois bandos
Ficou, única luz, que se estirava
Desde o cruzeiro ao pórtico, e feria
De reflexo vermelho os largos panos
Das paredes de mármore, bem como
Mar de sangue, onde inertes flutuassem
De humanos vultos indecisas formas.
XII
E seguia a visão. Do templo à esquerda,
Mestas as faces, inclinada a fronte,
Da noite as larvas tinham sobre o solo
Fito o espantado olhar, e as dilatadas
Baças pupilas lhes tingia o susto.
Mas, como zona lúcida de estrelas,
Nessa atmosfera crassa e afogueada
Pela espada rubente, refulgiam
Da direita os espíritos, banhado
De inenarrável placidez seu gesto.
Era inteiro o silêncio, e no silêncio
Uma voz ressoou: «Eleitos, vinde!
Ide, precitos!» Vacilava a Terra,
E ajoelhando eu me curvei tremendo.