Chorou durante a noite; em pranto as faces,
Sozinha, entregue à dor, nas penas suas
Ninguém a consolou: os mais queridos
Contrários se tornaram.
Ermas as praças de Sião e as ruas,
Cobre-as a verde relva: os sacerdotes
Gemem; as virgens pálidas suspiram
Envoltas na amargura.
Dos filhos de Israel nas cavas faces
Está pintada à macilenta fome;
Mendigos vão pedir, pedir a estranhos,
Um pão de infâmia eivado.
O trémulo ancião, de longe, os olhos
Volve a Jerusalém, dela fugindo:
Vê-a, suspira, cai, e em breve expira
Com seu nome nos lábios.
Que horror! — ímpias as mães os tenros filhos
Despedaçaram: bárbaras quais tigres,
Os sanguinosos membros palpitantes
No ventre sepultaram.
Deus, compassivo olhar volve a nós tristes:
Cessa de Te vingar! Vê-nos escravos,
Servos de servos em país estranho.