Sobre as lájeas do duro pavimento
De vergões e de sangue o rosto cobre.
Ergue-se e escuta com cabelos hirtos
Do sino ao longe o compassado dobre.
Sem esperança!...
Não! Do cadafalso
Sobe as escadas o perdão às vezes;
Porém a mim... não me dirão: «És salvo!»
E o meu suplício durará por meses.
Dizer posso: «Existi: que a dor conheço!»
Do gozo a taça só provei por horas:
E serei teu, calado cemitério,
Que engenho, glória, amor, tudo devoras.
Se o furacão rugiu, e o débil tronco
De árvore tenra espedaçou passando,
Quem se doeu de a ver jazendo em terra?
Tal é o meu destino miserando!
Númen de santo amor, mulher querida,
Anjo do Céu, encanto da existência,
Ora por mim a Deus, que há-de escutar-te.
Por ti me salve a mão da Providência.
Vem: aperta-me a dextra.