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Capítulo 4: MOCIDADE E MORTE

Página 62
.. Oh, foge, foge!

Um beijo ardente aos lábios teus voara:

E neste beijo venenoso a morte

Talvez este infeliz só te entregara!

Se eu pudesse viver... como teus dias

Cercaria de amor suave e puro!

Como te fora plácido o presente;

Quanto risonho o aspecto do futuro!

Porém, medonho espectro ante meus olhos,

Como sombra infernal perpétuo ondeia,

Bradando-me que vai partir-se o fio

Com que da minha vida se urde a teia.

Entregue à sedução enquanto eu durmo,

No turbilhão do mundo hei-de deixar-te!

Quem velará por ti, pomba inocente?

Quem do perjúrio poderá salvar-te?

Quando eu cerrar os olhos moribundos

Tu verterás por mim pranto saudoso;

Mas quem me diz que não virá o riso

Banhar teu rosto triste e lacrimoso?

Ai, o extinto só herda o esquecimento!

Um novo amor te agitará o peito:

E a dura lájea cobrirá meus ossos

Frios, despidos sobre térreo leito!.

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pág. 62 (Capítulo 4)

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Capa do livro A Harpa do Crente
Páginas: 117
Página atual: 62

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
A SEMANA SANTA 1
A VOZ 32
A ARRÁBIDA 35
MOCIDADE E MORTE 56
DEUS 71
A TEMPESTADE 76
O SOLDADO 82
D. PEDRO 92
A VITÓRIA E A PIEDADE 96
A CRUZ MUTILADA 106