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Capítulo 12: XII - A mensagem

Página 119

– Ouvistes, senhores prelados e barões? – interrompeu Egas com viveza. – É um juramento de infante. O galardão que peço é que me deixeis seguir esta aventura da embaixada. Não podeis já refusar-mo.

– Seja assim pois – replicou o infante –, e a mãe de Deus e o santo apóstolo das Espanhas vos guardem do perigo, que voluntariamente buscais, meu bom cavaleiro.

Neste momento um pajem veio anunciar a chegada ao arraial de cem vilões da beetria de Britiande, oitenta frecheiros e vinte besteiros, cujos brados selvagens de guerra começavam a soar ao longe como um trovão rebombando no vale. O infante correu a vê- -los enquanto os do conselho instruíam o trovador da forma em que devia propor sua mensagem. Ao perpassar, Afonso Henriques apertou com força a mão de Egas, e disse-lhe em voz baixa:

– Egas, eu não quero perder-te! lembra-te do teu irmão de armas.

Daí a pouco tempo, o cavaleiro voltava para Guimarães, montado em mula robusta, e seguido de um pequeno pajem, que cavalgava o seu ginete de batalha, e de seis acobertados trajando saios e cervilheiras, tudo segundo o costume daquela época. Qual seria o tumulto de afectos que passavam pela alma do mancebo, facilmente suporá o leitor. Todos eles se resumiam num só: o de tornar a ver Dulce. Era este o único ponto que descobria no horizonte do seu futuro, e era este unicamente que ele queria descortinar. O resto pertencia à ventura.

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pág. 119 (Capítulo 12)

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Capa do livro O Bobo
Páginas: 191
Página atual: 119

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - Introdução 1
II - Dom Bibas 8
III - O Sarau 18
IV - Receios e esperanças 27
V - A madrugada 38
VI - Como de um homenzinho se faz um homenzarão 45
VII - O homem do zorame 59
VIII - Reconciliação 66
IX - O desafio 80
X - Generosidade 90
XI - O subterrãneo 97
XII - A mensagem 110
XIII - A boa corda de cânave de quatro ramais 123
XIV - Amor e vingança 141
XV - Conclusão 157
Apêndice 173