O Bobo - Cap. 13: XIII - A boa corda de cânave de quatro ramais Pág. 134 / 191

– Vilanete! – continuou o conde no mesmo tom de gracejo. – Essa chave não sai deste cinto senão para esta mão. – Querias que a fiasse de ti? Por Sant’Iago, que não, meu gentil pajem! Atravessa os pátios do castelo; acharás provavelmente aberta a porta do jardineiro Abul-Hassan... Mas não – prosseguiu depois de pensar alguns momentos. – Melhor é que eu vá. Tu entretanto vê se encontras Garcia Bermudes e dize-lhe que me espere nesta sala. Depois vai-te a folgar. Prestes, meu guapo donzel!

Dizendo isto, o conde afastou brandamente Tructesindo, e encaminhou- se para a porta que o pajem lhe indicara. Tructesindo fez-lhe uma visagem, de modo que ele não o visse, e em dois pulos saiu do aposento, dando um silvo agudo que restrugiu pelas abóbadas, e que se confundiu com o som da porta, que Fernando Peres, entrando no corredor escuro, cerrara após si.

O senhor de Trava entrou no primeiro jardim. Dulce conservava-se ainda no mesmo lugar e na mesma postura. Fernando Peres achava-se já ao pé dela havia alguns instantes, quando esta, alevantando os olhos, encontrou os do conde, que em silêncio a contemplava com ar risonho. A pobre donzela estremeceu: a saudade que tinha na mão caiu-lhe em terra. Mal pensava a desgraçada que assim devia em breve cair para sempre a sua última esperança de felicidade!





Os capítulos deste livro