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Capítulo 13: XIII - A boa corda de cânave de quatro ramais

Página 136

– Oh! que essas palavras são suaves; são para mim o céu! – exclamou Dulce. – Sou eu que devo lançar-me a vossos pés, senhor conde, beijando a terra que pisais, e sois vós que deveis perdoar- -me, porque vos detestei e amaldiçoei quando queríeis unir-me a Garcia Bermudes, a esse nobre cavaleiro que eu amaria com todo o amor que ele merece se o meu coração fosse livre. Era fazer a minha ventura que vós pretendíeis, e eu insensata maldizia e odiava o meu anjo-da-guarda, o meu segundo pai! Punir-me-ei, fazendo a confissão que mais custa ao pudor: amo Egas; ele tinha de mim o juramento de antes morrer que traí-lo. Há um momento eu tremia, porque soubera parte do que me dizeis: soubera que ele estava em Guimarães como mensageiro do infante. Era uma angústia intolerável a minha: vós me arrancais de um abismo.

– Mas tu, minha Dulce – continuou o conde no mesmo tom –, não dizes tudo. Ontem à noite certo cavaleiro entrou disfarçado em Guimarães...

– Tendes razão, senhor conde – interrompeu a desgraçada. – Aqui neste horto ele veio jurar-me de novo o que me jurara três anos antes, que amava a sua Dulce com o mesmo amor ardente e ilimitado. Perdoar-me-á minha mãe adoptiva?...

– E porque não? – atalhou Fernando Peres. – Não sabe ela o que é o amor de uma donzela, louquinha? Aqueles que favoreceram a arriscada tentativa de Egas é que eu não sei se ela perdoará; porque foi falta de lealdade.

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pág. 136 (Capítulo 13)

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Capa do livro O Bobo
Páginas: 191
Página atual: 136

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - Introdução 1
II - Dom Bibas 8
III - O Sarau 18
IV - Receios e esperanças 27
V - A madrugada 38
VI - Como de um homenzinho se faz um homenzarão 45
VII - O homem do zorame 59
VIII - Reconciliação 66
IX - O desafio 80
X - Generosidade 90
XI - O subterrãneo 97
XII - A mensagem 110
XIII - A boa corda de cânave de quatro ramais 123
XIV - Amor e vingança 141
XV - Conclusão 157
Apêndice 173