Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 15: XV - Conclusão

Página 165

Subitamente do meio daquele turbilhão de homens armados, saiu rápido como a seta um vulto, galgando pela encosta e encaminhando a carreira do cavalo para o lado da tenda real: o vigia que velava à entrada chamou os demais guardas, que eram apenas alguns velhos cavaleiros pousados e um troço de besteiros do burgo.

O vulto era um homem de armas. Parou a certa distância da tenda e bradou aos vigias:

– Dizei à ilustre prestameira de Bravais, à nobre esposa do alferes-mor de Portugal, que seu marido e senhor lhe ordena se dirija ao Mosteiro de Guimarães, onde ao anoitecer o achará esperando. Sem réplica e sem tardança deve cumpri-lo, porque a lide perdeu-se e só desse modo se poderá salvar.

Ditas estas palavras o homem de armas desceu com a mesma rapidez o outeiro para o outro lado.

Dulce, que entre as demais damas de D. Teresa era a única tranquila, porque para ela já não havia na Terra temor nem esperança, ouviu o bradar do mensageiro. Pareceu-lhe conhecer a voz que bradava; mas logo reflectiu que era ilusão. Essa voz não podia chegar até àquele lugar, porque a abóbada de um cárcere a abafava, e porque semelhante mensagem repetida por tal boca seria monstruosidade impossível.

Entretanto, o cadáver de Garcia Bermudes fora colocado entre duas renques de brandões acesos no meio da nave principal do templo de S. Salvador. Além das grades, que segundo o antigo costume separavam a capela-mor do corpo da igreja, os frades salmeavam as orações da tarde. Subitamente um cavaleiro com as armas rotas e cobertas de pó entrou, e seguindo por uma das naves laterais foi encostar-se à última coluna junto ao cruzeiro. Apenas o divisou, Fr. Hilarião, descendo da sua cadeira onde presidia ao coro, fez sinal para que se abrissem as cancelas de ferro, e encaminhou-se para o recém-chegado.

<< Página Anterior

pág. 165 (Capítulo 15)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Bobo
Páginas: 191
Página atual: 165

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - Introdução 1
II - Dom Bibas 8
III - O Sarau 18
IV - Receios e esperanças 27
V - A madrugada 38
VI - Como de um homenzinho se faz um homenzarão 45
VII - O homem do zorame 59
VIII - Reconciliação 66
IX - O desafio 80
X - Generosidade 90
XI - O subterrãneo 97
XII - A mensagem 110
XIII - A boa corda de cânave de quatro ramais 123
XIV - Amor e vingança 141
XV - Conclusão 157
Apêndice 173