Perfeita, inteira
No velho amável renasceu a vida
E a graça fácil. Cuidei ver o antigo
O nobre Portugal que ressurgia
No venerado amigo;
E na formosa dama que sorria,
O génio da subida,
Rara e fina elegância que a nobreza,
O gosto, o amor do Belo, o instinto da Arte
Reúne e faz irmãos em toda a parte;
Que afere a grandeza
Pela medida só dos pensamentos.
Do 'stilo de viver, dos sentimentos,
Tudo o mais como fútil desprezando.
Pensei que a saudar o velho ilustre
Em seus últimos dias
E a despedir-se, até Deus sabe quando,
De nossas praias tristes e sombrias,
Vinha esse génio... Tristes e sombrias,
Que o sol lhe foge, lhe esmorece o lustre,
E onde tudo o que é alto vai baixando...
O triste, o que não tem já sol que o aqueça
Sou eu talvez - que, à míngua de fé, sinto
O cérebro gelar-me na cabeça
Porque no coração o fogo é extinto.