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Capítulo 10: Capítulo 10

Página 69

– Aqui tem a carta, minha boa amiga. Faça muito por não vir sem resposta – disse Simão, dando-lhe com a carta um embrulho de dinheiro.

– E o dinheiro também é para a senhora? – disse ela.

– Não, é para si, Mariana: compre um anel. Mariana tomou a carta e voltou rapidamente as costas, para que Simão lhe não visse o gesto de despeito, se não desprezo.

O académico não ousou insistir, vendo-a apressar-se na descida para o quinteiro, onde o ferrador enfreava a égua.

– Não lhe chegues muito com a vara – disse João da Cruz a Mariana, que, dum pulo, se assentou no albardão, coberto duma colcha escarlate.

– Tu vais amarela como cidra, moça! – exclamou ele, reparando na palidez da filha. – Tu que tens?

– Nada; que hei-de eu ter?! Dê-me cá a vara, meu pai.

A égua partiu a galope, e o ferrador, no meio da estrada, a rever-se na filha e na égua, dizia em solilóquio, que Simão ouvira:

– Vales tu mais, rapariga, que quantas fidalgas tem Viseu! Pela mais pintada não dava eu a minha égua; e, se cá viesse o Miramolim de Marrocos pedir-me a filha, os diabos me levem se eu lha dava! Isto é que são mulheres, e o mais é uma história!

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Capa do livro Amor de Perdição
Páginas: 145
Página atual: 69

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 3
Capítulo 3 10
Capítulo 4 16
Capítulo 5 23
Capítulo 6 29
Capítulo 7 36
Capítulo 8 45
Capítulo 9 55
Capítulo 10 64
Capítulo 11 70
Capítulo 12 81
Capítulo 13 87
Capítulo 14 94
Capítulo 15 101
Capítulo 16 107
Capítulo 17 113
Capítulo 18 119
Capítulo 19 123
Capítulo 20 128
Capítulo 21 133
Capítulo 22 139