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Capítulo 8: CAPÍTULO VIII

Página 246
- E depois de uma pausa, parecendo ter esquecido Jorge, e a carta: - Só em Paris está bem... Estava no ar para partir. - Acrescentou com pancadinhas leves nas pregas do vestido: - Precisava casar, aquele rapaz.

- Para assentar - disse Sebastião.

Mas Luísa não acreditava que um homem que gostava tanto de viagens, de cavalos, de aventuras, pudesse dar um bom marido.

Sebastião era de opinião que às vezes sossegavam, e eram homens de família...

- Têm mais experiência - disse.

- Mas um fundo leviano - observou ela.

E depois destas palavras vagas calaram-se com embaraço.

- Eu, a falar a verdade - disse então Luísa -, estimei que meu primo partisse... Como tinha havido essas tolices na vizinhança... Ultimamente mesmo quase que o não vi. Esteve aí ontem; veio despedir-se, fiquei surpreendida...

Estava tornando impossível a história de um galanteio platônico, cartas trocadas - mas um sentimento mais forte que ela impelia-a a atenuar, distanciar as suas relações com Basílio. Acrescentou mesmo:

- Eu sou amiga dele, mas somos muito diferentes... Basílio é egoísta, pouco afeiçoado... De resto a nossa intimidade nunca foi grande...

Calou-se bruscamente; sentiu que se enterrava.

Sebastião lembrava-se ouvir-lhe dizer que tinham sido criados ambos de pequenos; mas, enfim, aquela maneira de falar do primo, parecia-lhe a prova maior de que não houvera nada. Quase se queria mal pelas dúvidas, que tivera, tão injustas!...

- E volta? - perguntou.

- Não me disse, mas não creio. Em se pilhando em Paris!

E com a idéia da carta, de repente:

- Então Sebastião é o confidente de Jorge?

Ele riu:

- Oh, minha senhora! Pois acredita...

- E a mim quando me escreve, que se aborrece, que está só, que não suporta o Alentejo.

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Capa do livro O Primo Basílio
Páginas: 414
Página atual: 246

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CAPÍTULO I 1
CAPÍTULO II 24
CAPÍTULO III 45
CAPÍTULO IV 70
CAPÍTULO V 121
CAPÍTULO VI 154
CAPÍTULO VII 191
CAPÍTULO VIII 213
CAPÍTULO IX 251
CAPÍTULO X 273
CAPÍTULO XI 293
CAPÍTULO XII 327
CAPÍTULO XIII 346
CAPÍTULO XIV 366
CAPÍTULO XV 387
CAPÍTULO XVI 400
"O PRIMO BASÍLIO" (CARTA A TEÓFILO BRAGA) 411