E saiu, atirando com as portas.
Leopoldina, atônita, veio encontrar Luísa no quarto a pôr o chapéu, com as ainda trémulas, os olhos muito brilhantes, satisfeita.
- Chegou-me cá uma coisa, e enchi-lhe a cara de chicotadas - disse ela.
Leopoldina esteve um momento a olhá-la petrificada.
- Bateste-lhe?... - E de repente dasatou a rir, convulsivamente. - O Castro de óculos, o Castro coberto de chicotadas! O Castro a levar uma coça! - Atirou-se para cima da chaise longue, rolou-se; sufocava. - Até já tinha uma pontada, Jesus! O Castro!... Vir a uma casa amiga, levar o tiro de seiscentos mil réis e ser corrido a chicote!... Com o seu próprio chicote!... Oh! Era para estourar!...
- O pior foi o candeeiro - disse Luísa.
Leopoldina ergueu-se, de salto.
E o azeite! Ai que agouro! - Correu à sala. Luísa veio encontrá-la diante da nódoa escura, com os braços cruzados, como se visse, toda pálida, catástrofes avizinharem-se. - Que agouro, Santo Deus!
- Deita-lhe sal depressa.
- Faz bem?
- Quebra o agouro.
Leopoldina correu a buscar sal; e de joelhos, salgando a nódoa;
- Ai! Nossa Senhora permita que não haja nada mau! Mas que caso este, que caso este! E agora, filha?
Luísa encolheu os ombros.
- Eu sei cá! Sofrer!...