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Capítulo 14: CAPÍTULO XIV

Página 373
Faz então a falência geral, a grande, aquela em que o credor é implacável, saca à vista, e... per omnia saecula!

Ergueu-se, e acendendo o cigarro:

- Em todo o caso um repouso absoluto. E necessário ter-lhe o espírito em algodão em rama. Nada de palestra, nada de frases, e se tiver sede, limonada. Até logo!

E saiu, calçando as luvas pretas que usava agora desde que pertencia ao posto médico.

Jorge voltou à alcova: Luísa ainda dormitava. Mariana, sentada ao pé numa cadeirinha baixa, com o rostinho muito triste, não tirava de Luísa os seus grandes olhos vagamente espantados.

- Tem estado muito inquieta - murmurou.

Jorge apalpou a mão de Luísa que ardia, conchegou-lhe a roupa. Beijou-a devagarinho na testa, foi cerrar as portas da janela, defronte da alcova. - E passeando no escritório, voltavam-lhe as palavras de Julião: "São febres que vêm por um desgosto!" Pensava na história do negociante, recordava aquele estado de abatimento e de fraqueza de Luísa que o preocupava tanto, ultimamente, tão inexplicável! Ora, tolices! Desgosto de quê? Em casa de Sebastião estivera tão animada! Nem a morte da outra lhe fizera abalo! - De resto acreditava pouco nas febres de desgosto! Julião tinha uma Medicina literária. Pensou mesmo que seria mais prudente chamar o velho Dr. Caminha...

Ao meter a mão no bolso, então, os seus dedos encontraram uma carta: era a que o carteiro lhe dera, de manhã, para Luísa. Tornou a examiná-la com curiosidade; o sobrescrito era banal, como os que há nos cafés ou nos restaurantes; não conhecia a letra; era de homem, vinha da França... Atravessou-o um desejo rápido de a abrir. Mas conteve-se, atirou-a para cima da mesa, embrulhou devagar um cigarro.

Voltou à alcova. Luísa permanecia na

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pág. 373 (Capítulo 14)

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Capa do livro O Primo Basílio
Páginas: 414
Página atual: 373

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CAPÍTULO I 1
CAPÍTULO II 24
CAPÍTULO III 45
CAPÍTULO IV 70
CAPÍTULO V 121
CAPÍTULO VI 154
CAPÍTULO VII 191
CAPÍTULO VIII 213
CAPÍTULO IX 251
CAPÍTULO X 273
CAPÍTULO XI 293
CAPÍTULO XII 327
CAPÍTULO XIII 346
CAPÍTULO XIV 366
CAPÍTULO XV 387
CAPÍTULO XVI 400
"O PRIMO BASÍLIO" (CARTA A TEÓFILO BRAGA) 411