Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 10: Capítulo 10

Página 298
Se ele não tornasse mais a encontrar os seus olhos?

Foi subindo devagar até ao andar do Cruges. E mal sabia o que havia de dizer ao maestro para explicar aquela visita estranha, deslocada... Foi um alívio quando a criadita lhe veio dizer que o menino Victorino tinha saído.

Em baixo, Carlos tomou as rédeas, e foi levando lentamente o fáeton até ao largo da Biblioteca. Depois retrocedeu, a passo. Agora, por traz do store branco, havia uma vaga claridade de luz. Ele olhou-a como se olha uma estrela.

Voltou ao Ramalhete. Craft, coberto de pó, estava-se justamente apeando de uma calecha de praça. Um momento ficaram ali à porta, em quanto Craft, procurando troco para o cocheiro, contava o final das corridas. No Prémio de Consolação, um dos cavaleiros tinha caído, quase ao pé da meta, sem se magoar: e, por último, já à partida, o Vargas, que ia na sua terceira garrafa de champagne, esmurrara um criado do bufete, com ferocidade.

- Assim, disse Craft completando o seu troco, estas corridas foram boas pelo velho príncipe Shakespeariano de que tudo é bom quanto acaba bem.

- Um murro, disse Carlos rindo, é com efeito um belo ponto final.

No peristilo, o velho guarda-portão esperava, descoberto, com uma carta na mão para Carlos. Um criado tinha-a trazido, instantes antes de s. Ex.ª chegar.

Era uma letra inglesa de mulher, num envelope largo, lacrado com um sinete d'armas. Carlos ali mesmo abriu-a: e, logo à primeira linha, teve um movimento tão vivo, de tão bela surpresa, iluminando-se-lhe tanto o rosto, que Craft do lado perguntou sorrindo:

- Aventura? Herança?...

Carlos, vermelho, meteu a carta no bolso, e murmurou:

- Um bilhete apenas, um doente...

Era apenas um doente, era apenas um bilhete, mas começava assim: - «Madame Castro Gomes apresenta os seus respeitos ao Sr. Carlos da Maia, e roga-lhe o obséquio...» - depois, em duas breves palavras, pedia-lhe para ir ver na manhã seguinte, o mais cedo possível, uma pessoa de família, que se achava incomodada.

- Bem, eu vou-me vestir, disse Craft... Jantar às sete e meia, hein?

<< Página Anterior

pág. 298 (Capítulo 10)

Página Seguinte >>

Capa do livro Os Maias
Páginas: 630
Página atual: 298

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 26
Capítulo 3 45
Capítulo 4 75
Capítulo 5 98
Capítulo 6 126
Capítulo 7 162
Capítulo 8 189
Capítulo 9 218
Capítulo 10 260
Capítulo 11 301
Capítulo 12 332
Capítulo 13 365
Capítulo 14 389
Capítulo 15 439
Capítulo 16 511
Capítulo 17 550
Capítulo 18 605