Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 15: Capítulo 15

Página 446
Depois remergulhava no torvelinho de Paris, de onde ressurgia uma manhã, num fiacre, estremunhada e aflita, com uma rica peliça sobre uma velha saia, a pedir-lhe cem francos... Por fim nascera Rosa. Toda a sua ansiedade desde então fora legitimar a sua união. Mas Mac-Gren adiava, levianamente, com um medo pueril da avó. Era um perfeito bebé! Entretinha as manhãs a caçar pássaros com visco! E ao mesmo tempo terrivelmente teimoso: ela pouco a pouco perdera-lhe todo o respeito. No começo da primavera a mamã um dia apareceu em Fontainebleau com as suas malas, sucumbida, enojada da vida. Rompera enfim com Trevernes. Mas quase imediatamente se consolou: e começou daí a adorar Mac-Gren com uma tão larga efusão de caricias, e achando-o tão lindo, que era às vezes embaraçadora. Os dois passavam o dia, com copinhos de cognac, jogando o besigue.

De repente rebentou a guerra com a Prússia. Mac-Gren entusiasmado, e apesar das súplicas delas, correra a alistar-se no batalhão de Zuavos de Charrete; a avó de resto aprovara este rasgo d'amor pela França, e fizera-lhe numa carta em verso, em que celebrava Joana d'Arc, uma larga remessa de dinheiro. Por esse tempo Rosa teve o garrotilho. Ela, sem lhe largar o leito, mal atendia às notícias da guerra. Sabia apenas confusamente das primeiras batalhas perdidas na fronteira. Uma manhã a mamã rompeu-lhe no quarto, estonteada, em camisa: o exército capitulara em Sédan, o imperador estava prisioneiro! «É o fim de tudo, é o fim de tudo!» dizia a mamã espavorida. Ela veio a Paris procurar notícias de Mac-Gren: na rua Royale teve de se refugiar num portão, diante do tumulto de um povo em delírio, aclamando, cantando a Marselhesa, em torno de uma caleche onde ia um homem, pálido como cera, com um cachené escarlate ao pescoço. E um sujeito ao lado, aterrado, disse-lhe que o povo fora buscar Rochefort à prisão e que estava, proclamada a Republica.

Nada soubera de Mac-Gren. Começaram então dias de infinito sobressalto. Felizmente Rosa convalescia.

<< Página Anterior

pág. 446 (Capítulo 15)

Página Seguinte >>

Capa do livro Os Maias
Páginas: 630
Página atual: 446

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 26
Capítulo 3 45
Capítulo 4 75
Capítulo 5 98
Capítulo 6 126
Capítulo 7 162
Capítulo 8 189
Capítulo 9 218
Capítulo 10 260
Capítulo 11 301
Capítulo 12 332
Capítulo 13 365
Capítulo 14 389
Capítulo 15 439
Capítulo 16 511
Capítulo 17 550
Capítulo 18 605