Fizera Carlos o seu primeiro exame! E que exame! Teixeira que tinha acompanhado os senhores de Santa Olávia correu à porta, abraçou-se quase chorando no menino, agora mais alto que ele, e muito formoso na sua batina nova.
Em cima no quarto, Manuel Vilaça, soprando ainda, limpando as bagas de suor, exclamava:
- Ficou tudo espantado, Sr. Afonso da Maia! Os lentes até estavam comovidos. Ih Jesus! que talento! Vem a ser um grande homem, é o que todo o mundo disse... E que faculdade vai ele seguir, meu senhor?
Afonso, que passeava, todo trémulo, respondeu com um sorriso:
- Não sei, Vilaça... Talvez nos formemos ambos em Direito.
Carlos assomou à porta, radiante, seguido do Teixeira e do outro escudeiro - que trazia champagne numa salva.
- Então venha cá, seu maroto, disse Afonso muito branco, com os braços abertos. Bom exame, hein?... Eu...
Mas não pôde prosseguir: as lágrimas, duas a duas, corriam-lhe pela barba branca.