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Capítulo 2: Capítulo 2

Página 29

De uma maneira geral, era uma mulher que abria a porta, que escutava a sua pergunta e se voltava então para alguém deitado no quarto e que imediatamente se erguia na cama. «Um senhor pergunta se um marceneiro chamado Lanz vive aqui.» «Um marceneiro chamado Lanz?», perguntava o homem da cama. «Sim», dizia K, embora estivesse fora de questão que o Tribunal de Inquérito funcionasse ali e, por conseguinte, a sua averiguação fosse desnecessária. Muitos convenciam-se de que era fundamental para K. encontrar o marceneiro chamado Lanz, ficavam a pensar sobre o assunto, mencionavam um outro marceneiro que, todavia, não se chamava Lanz nem tinha qualquer nome que se assemelhasse, mesmo longinquamente. com Lanz, ou perguntavam aos seus vizinhos ou conduziam K. até junto de uma porta que ficava a uma distancia considerável e onde eles admitiam que um tal sujeito pudesse viver como inquilino ou onde vivia alguém que altivez pudesse dar uma informação mais concreta. Por fim, K. já mal precisava de perguntar, dado que, desta maneira, era levado a correr o andar todo. Agora lamentava bem o seu plano, que a princípio lhe parecera tão prático. Como se estava a aproximar do quinto andar, decidiu abandonar a busca, dizendo adeus a um prestável jovem trabalhador que queria acompanhá-lo até mais longe, e desceu novamente. Contudo, desesperado com a inutilidade de toda esta expedição, subiu uma vez mais as escadas e bateu à primeira porta do quinto andar. A primeira coisa que viu na pequena sala foi um grande relógio de pêndulo que já marcava dez horas. revive aqui um marceneiro chamado Lanz?», perguntou ele. «Entre, por favor», respondeu uma mulher ainda nova, com olhos negros e brilhantes, que estava a lavar roupa de criança numa banheira e que apontou com a mão molhada para a porta aberta da sala contigua.

K. teve a sensação de estar a entrar numa sala de reuniões. Uma multidão constituída pelas mais variadas pessoas—ninguém se incomodou com o recém-chegado — enchia uma sala de tamanho médio e com duas janelas. Mesmo por debaixo do tecto existia a toda a volta uma galeria, também muito cheia, onde as pessoas só podiam estar dobradas e com as cabeças e as costas encostadas ao tecto. K, sentindo o ar demasiadamente pesado, voltou para trás e disse à jovem mulher, que certamente não o unha entendido: «Eu perguntei por um marceneiro, um homem chamado Lanz.» «Eu sei», respondeu-lhe a mulher, «vá, entre para ali.»

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Capa do livro O Processo
Páginas: 183
Página atual: 29

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 25
Capítulo 3 39
Capítulo 4 59
Capítulo 5 65
Capítulo 6 71
Capítulo 7 88
Capítulo 8 132
Capítulo 9 158
Capítulo 10 179