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Capítulo 6: Capítulo 6

Página 73

De qualquer maneira, seria Em que tu, meu querido pai, te decidisses a indagar o que há sobre o assunto na próxima visita que fizesses à cidade, visto que te será fácil descobrir o verdadeiro estado de coisas e, se necessário, contactar com alguns dos teus amigos influentes afim de intervirem. Mesmo que nulo seja necessário, o que é muito provável, pelo menos darás à tua filha a oportunidade de, com um beijo, te desejar as boas-vindas, o que lhe dará muito prazer. » «É uma boa filhas, disse o tio de K. quando acabou de ler a carta, limpando uma lágrima. K. fez que sim com a cabeça; tinha-se esquecido de Erna no meio de tantas complicações que ultimamente tivera e a história dos chocolates inventara-a ela unicamente para que ele ficasse bem visto aos olhos do tio e da tia. Era realmente enternecedor e os bilhetes de teatro que decidira agora mandar-lhe regularmente constituiriam uma retribuição insuficiente, mas ele não se sentia disposto, nesta altura, a fazer-lhe visitas num internato e a manter conversas com uma jovenzinha de dezoito anos. «Que tens tu então para me dizer agora?», perguntou o tio, que, por momentos, se havia esquecido da pressa e do nervoso que lhe tinha causado a carta que aparentemente relia. «Sim, tio á, respondeu K., «e verdade.» «Verdade?», gritou o tio. «O que é que é verdade? Como é que isso pode ser verdade? Que espécie de processo pode ser esse? Com certeza que não é um processo criminal, pois não?» «É um processo criminal», respondeu K. «É tu estás calmamente sentado com um processo criminal às costas?», gritou o tio, com a voz crescendo cada vez mais. «Quanto mais calmo eu estiver, tanto melhor será para mim», retorquiu K. com enfado. «Não se preocupe.» «Pedes-me uma rica coisa, não há dúvida», gritou o tio. «Joseph, meu caro Joseph, pensa em ti, nos teus familiares, pensa no nosso bom nome. Mereceste até agora toda a nossa confiança e não podes tornar-te, pois, a desgraça da família. A tua atitude», olhou para K. com a cabeça levantada, «não me agrada de maneira nenhuma; não é assim que um inocente se comporta se estiver ainda em pleno gozo dos seus sentidos. Diz-me rapidamente do que se trata, de forma a eu poder ajudar-te. É certamente alguma coisa relacionada com o Banco, não é assim?» «Não, não é», respondeu K., levantando-se. «O tio está a falar alto de mais; estou convencido de que o contínuo está à escuta atrás da porta e não me agrada a ideia. Seria melhor irmos para qualquer sítio fora daqui. Responderei a todas as suas perguntas o melhor que puder. Sei perfeitamente que devo uma explicação à nossa família » «Certo», gritou o tio, «muito cerro, mas depressa, Joseph, depressa!» «É só o tempo de dar umas ordens», explicou K., chamando o seu assistente principal pelo telefone, o qual apareceu em minutos.

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Capa do livro O Processo
Páginas: 183
Página atual: 73

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 25
Capítulo 3 39
Capítulo 4 59
Capítulo 5 65
Capítulo 6 71
Capítulo 7 88
Capítulo 8 132
Capítulo 9 158
Capítulo 10 179