Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 1: Capítulo 1

Página 8

Quando K. acabou de se vestir, teve de se dirigir, seguido de Willem, através do quarto ao lado, agora vazio, para o quarto que se lhe seguia e cujas portas estavam completamente escancaradas. Este quarto, K. sabia-lo perfeitamente, fora recentemente ocupado por uma tal Fraulein Bürstner, dactilógrafa, que saia muito cedo para o trabalho, regressava tarde a casa e com quem ele se limitara a trocar meia dúzia de palavras de passagem.

A mesinha-de-cabeceira encontrava-se agora no centro do quarto, para fazer de secretária, e o Inspector estava sentado por detrás dela, com as pernas cruzadas e um braço descansando sobre as costas da cadeira.

Num dos cantos do quarto encontravam-se três jovens mirando as fotografias de Fraulein Bürstner, que estavam pregadas num quadro pendurado na parede. Uma blusa branca esvoaçava no fecho da janela aberta. À janela do outro lado da rua estavam outra vez postadas as duas idosas criaturas, mas o grupo aumentara, visto que, por detrás delas, elevando-se acima das suas cabeças, surgia um homem com a camisa aberta no pescoço e uma barba avermelhada e pontiaguda que se entretinha a apertar e a torcer entre os dedos. «Joseph K?», perguntou o Inspector, talvez pata simplesmente atrair sobre si o olhar errante de K. K. acenou afirmativamente com a cabeça. «O senhor ficou com certeza meritíssimo surpreendido com os acontecimentos desta manhã...», aventou o Inspector, dispondo com ambas as mãos as poucas coisas que se encontravam sobre a mesinha-de-cabeceira: uma vela, uma caixa de fósforos, um livro e uma pregadeira de alfinetes, como se essas coisas constituíssem os objectos de que ele ia necessitar para o interrogatório. «É claro que fiquei», respondeu K., sentindo-se contente por finalmente se lhe ter deparado um homem sensato, com quem podia agora discutir o assunto. atestou na realidade surpreendido, mas de modo nenhum muitíssimo surpreendido.» «Não ficou muitíssimo surpreendido?, perguntou o inspector, colocando a vela no centro da mesinha e agrupando os outros objectos à volta dela. Naturalmente não me expliquei bem», apressou-se K. a acrescentar. «Quero dizer...», aqui K. parou e olhou à sua volta à procura de uma cadeira.

<< Página Anterior

pág. 8 (Capítulo 1)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Processo
Páginas: 183
Página atual: 8

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 25
Capítulo 3 39
Capítulo 4 59
Capítulo 5 65
Capítulo 6 71
Capítulo 7 88
Capítulo 8 132
Capítulo 9 158
Capítulo 10 179