Buck observou-os, apreensivo, quando eles começaram a desarmar a tenda e a carregar o trenó. Moviam-se com enorme dispêndio de esforço, mas sem sombra de método. A tenda foi enrolada numa trouxa trapalhona e três vezes maior do que devia ser e os pratos de estanho guardados por lavar. Mercedes, saltitando, atravessava-se continuamente no caminho dos homens e desfiava uma algaraviada ininterrupta de reprimendas e conselhos. Quando eles colocaram um saco de roupa no trenó, à frente, ela sugeriu que devia ser colocado atrás; e, quando eles o colocaram atrás e já o tinham coberto com um par de outros embrulhos, ela foi descobrir coisas esquecidas que só podiam ir naquele saco, e os pobres desgraçados tiveram de descarregar tudo outra vez.
Três homens de uma barraca vizinha saíram para a rua e puseram-se a observar, sorrindo, divertidos, e piscando o olho entre si.
— Levam aí uma bela carga, sim senhor — disse por fim um deles. — Não é que me queira meter na vossa vida, mas se fosse a vocês não levava a barraca.
— Nem pensar nisso — gritou logo Mercedes, erguendo as mãos num gesto elegante de consternação. — Que seria de mim sem essa barraca?
— Estarmos na Primavera e doravante não apanharão mais tempo frio — replicou o homem.
Mercedes abanou a cabeça com decisão e Charles e equilibraram as últimas trapalhices no topo daquela carga descomunal.
— Acham que isso vai andar? — tornou um dos homens.