O apelo da floresta - Cap. 5: Capítulo 5 Pág. 53 / 99

—Porque não?—retorquiu Charles laconicamente.

— Está bem, está bem — apressou-se o homem a responder com brandura. — Estava só cá a pensar, mais nada. É que me parece um bocadinho pesado de mais.

Charles virou-lhe as costas e apertou as correios o melhor que pôde, o que estava muito longe de o ter feito bem.

— Sim, está-se mesmo a ver que os cães vão aguentar todo o dia com esse contrapeso atrás — afirmou o segundo dos homens.

— Pois claro que vão — disse Hal delicadamente frio, agarrando o varão do trenó com uma das mãos e brandindo o chicote com a outra. — Vamos! — gritou para os cães.

— Toca a andar!

Os cães atiraram-se para a frentes puxando com quanta gana tinham durante alguns momentos, e depois afrouxaram. Eram incapazes de fazer mover o trenó.

— Que mandriões! Esperem ai, que já vos digo — gritou ele, preparando-se para os açoitar com o chicote.

Mercedes, porém, interveio, gritando-lhe:

— Não, Hal, não tens esse direito — ao mesmo tempo que se apoderava do chicote e lho arrancava das mãos. — Coitados deles! Vá, promete-me que não mais voltas a ser mau para eles durante o resto da viagem, ou não dou nem mais um passo.





Os capítulos deste livro