—Salta, Buck!—ordenou, estendendo o braço por cima do abismo. No instante seguinte estava pendurado com Buck na extremidade do rochedo, lutando por se agarrar, enquanto Hans e Pete os puxavam para terreno firme.
—É imprudente!—disse Pete, depois de tudo passado e quando recuperaram a fala.
Thornton abanou a cabeça.
— Não, é maravilhoso e terrível também. As vezes metes-me medo, sabes?!
— Não serei eu o homem que te há-de pôr as mãos em cima com ele ao pé — anunciou Pete em conclusão, designando Buck com um aceno de cabeça.
— Caramba! — acrescentou Hans. — Nem eu!
Foi na cidade de Circle, ainda antes do fim do ano, que vieram a consumar-se as apreensões de Pete. «Black» Burton, homem de maus fígados e um velhaco, tentava provocar no bar uma briga com um novato, quando Thornton, bem intencionado, se pôs de permeio. Buck, como era seu costume, estava deitado a um canto, a cabeça apoiada nas mãos e observando todos os movimentos do dono. Burton, sem avisar, atacou com um murro puxado poderosamente de trás. Thornton rodopiou sobre si mesmo e só não caiu porque se agarrou ao balcão.
Os que assistiam ouviram algo que não era o ladrar de um cão, nem um ganido, nem qualquer coisa que, descrita, podia passar por um urro e viram o corpanzil de Buck lançar-se pelo ar direito à garganta de Burton.
O homem salvou a vida porque, instintivamente, levou o braço à frente, mas foi violentamente arremessado ao chão, com Buck em cima dele. Buck descerrou os dentes da carne do braço e atirou-se de novo à garganta. Desta vez, o homem pouco pôde fazer para o evitar, e a garganta foi rasgada.