grandes uísques tinham-lhe subido à cabeça e o forte cigarro de Gallaher havia-lhe confundido as ideias, porque não estava habituado àquelas coisas. A aventura de encontrar Gallaher depois de oito anos, de se achar com ele no meio das luzes e do barulho do Corless's, as histórias que ouvira, e o facto de partilhar com ele, durante aqueles minutos, da sua vida triunfante tinham-no transtornado. Sentia com agudeza a diferença entre a sua existência e a do seu amigo, e aquilo parecia-lhe uma injustiça. Gallaher era inferior a ele, em nascimento e educação. Estava certo de que poderia fazer qualquer coisa melhor do que o seu amigo, qualquer coisa superior ao jornalismo, se tivesse tido oportunidade. O que seria que lhe barrava sempre o caminho? Aquela sua estúpida timidez! Por detrás da recusa ao seu convite, viu que Gallaher o estava só protegendo como amigo, assim como protegia a Irlanda coma sua visita.
O homem do bar trouxe as bebidas. O pequeno Chandler empurrou um copo para junto do seu amigo e pegou no outro.
- Quem sabe!... - disse ele, enquanto levantavam os copos. - Quando voltares para o ano, talvez já tenha o prazer de desejar longa vida e felicidades a Mr. e Mrs. Ignatius Gallaher.