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Capítulo 6: Capítulo 6

Página 59
O pai havia-lhe pago as dívidas e trouxera-o de novo para casa. Fora em Cambridge que ele encontrara Ségouin. Conheciam-se superficialmente, mas Jimmy apreciava imenso manter relações com alguém que conhecesse perfeitamente o mundo, e demais a mais reputado como sendo o dono dos maiores hotéis de França. Valia a pena ser íntimo de uma pessoa dessa categoria, mesmo que não fosse um companheiro encantador como Ségouin. Villona também entretinha - brilhante pianista - mas, infortunadamente, era muito pobre.

O carro avançava com aquela carga de juventude hilariante. Os dois primos iam sentados à frente, Jimmy e o seu amigo húngaro, atrás. Decididamente, Villona estava em excelente disposição, ia sempre cantando, durante milhas e milhas. Os franceses atiravam com os risos e com as palavras alegres para trás dos seus ombros, e várias vezes Jimmy era obrigado a dobrar-se para conseguir apanhar as frases mais rápidas. Aquilo não era muito agradável para ele, porque se acostumara sempre a dar uma resposta pronta a tudo. Para mais, o sussurro contínuo de Villova confundiria qualquer pessoa e, além disso, havia também o barulho do automóvel.

O movimento rápido através da estrada enchia de orgulho um deles; todos os outros sentiam o peso da notoriedade e do dinheiro. Havia três boas razões para a excitação de Jimmy. Fora visto por muitos dos seus amigos na companhia daqueles continentais. No júri, Ségouin apresentara-o a um dos competidores franceses, que, em resposta ao seu confuso cumprimento, lhe mostrara uma fieira de dentes brancos. Depois daquela honra, era agradável voltar para o mundo profano dos espectadores, no meio de olhares significativos. Com respeito a dinheiro, possuía grande soma em seu poder. Para Ségouin talvez aquilo não representasse muito, mas para Jimmy, que a despeito de erros temporários possuía no coração instintos sólidos, o dinheiro significava enorme esforço de reunião e força de vontade. Aquele conhecimento evitara que as suas dívidas excedessem os limites razoáveis; conhecia o valor do dinheiro, quando era somente questão de qualquer capricho. Agora, o dinheiro representava uma coisa séria para ele.

Certamente que a colocação era boa, e Ségouin quisera dar a impressão de que se tratava de um favor devido à amizade, e que só por isso o dinheiro irlandês seria incluído no capital.

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Capa do livro Gente de Dublin
Páginas: 117
Página atual: 59

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 9
Capítulo 3 30
Capítulo 4 36
Capítulo 5 52
Capítulo 6 58
Capítulo 7 63
Capítulo 8 69
Capítulo 9 78
Capítulo 10 86