seguir, qual o seu dever. O barco lançou um longo e estridente apito no nevoeiro. Se partisse, amanhã estaria no meio do mar com Frank, a caminho de Buenos Aires. As passagens estavam compradas. Poderia Eveline recuar, depois de tudo o que Frank fizera por ela? A sua aflição fez-lhe sentir uma náusea em todo o corpo, e continuou movendo os lábios em silêncio, numa prece ardente.
Um sino badalava no seu peito. Sentiu que Frank lhe agarrava uma das mãos:
-Vem!
Todos os mares do mundo vazaram-se sobre o seu coração. Frank arrastava-a para o mar. Eveline agarrou-se com toda a força das suas mãos à grade de ferro.
-Vem!
Não! Não! Não! Era impossível. As suas mãos estavam presas à grade de ferro. Do meio do mar subiu um grito de angústia.
- Eveline! Ewy!
Frank correu para bordo para que Eveline o seguisse. Já o haviam chamado, mas ele continuava a gritar. Ela apenas lhe mostrou uma face pálida e imóvel, como se fora um animal abandonado. Nos olhos, ele não encontrou sinal algum de amor, nem de reconhecimento, nem de despedida.