Capítulo 35: Capítulo XXXV
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E portanto eu não o convidava para vir a Pemberley, nem andava em companhia dele na cidade. Creio que durante esse tempo ele ficou em Londres, mas o seu estudo de direito foi um mero pretexto. Livre agora de toda obrigação, ele levava uma vida de dissipação. Durante três anos pouco ouvi falar nele. Mas, ao falecer a pessoa que ocupava o posto que outrora lhe fora destinado, ele tornou a escrever, solicitando a sua apresentação para o dito lugar. Sua atual situação, dizia ele, e eu não tive dificuldade em acreditá-lo, era extremamente precária. Descobrira que o estudo de direito era pouco proveitoso e estava agora absolutamente resolvido a tomar ordens, se eu o apresentasse para o posto em questão, coisa de que ele não duvidava, pois estava informado de que não havia outro pretendente e eu não poderia ter esquecido as intenções do meu venerando pai; creio que não há de me censurar por lhe ter recusado aquela pretensão e rejeitado todas as novas tentativas no mesmo sentido. O ressentimento que ele manifestou foi muito violento, dada a situação precária em que se encontrava. E, sem dúvida, os insultos de que me cobriu ao falar a meu respeito com outras pessoas foram tão violentos quanto as recriminações que me dirigiu. Depois desse período, todas as relações de mera formalidade foram cortadas. Como ele viveu, não sei. Mas no último verão tornou a aparecer no meu caminho da forma mais desagradável possí-vel. Devo agora mencionar certas circunstâncias que eu mesmo desejaria esquecer e que só uma obrigação tão forte quanto a atual me poderia induzir a relatar para qualquer outra pessoa. Depois de ter dito isto, confio inteiramente na sua discrição. Minha irmã, que é dez anos mais moça do que eu, foi deixada em tutela ao sobrinho de minha mãe, Coronel Fitzwilliam, e a mim próprio.
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