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Capítulo 2: Capítulo 2

Página 5
- Não tenciona expô-lo? Porquê, meu caro amigo?

Tem alguma razão? Que esquisitos vocês são, os pintores! Fazem tudo para criarem fama. Apenas a têm, parecem apostados em a atirarem fora. É uma tolice, pois só há no mundo uma coisa pior do que falarem de nós: é ninguém de nós falar. Um retrato como este colocá-lo-ia muito acima de todos os jovens de Inglaterra e causaria inveja a todos os velhos, se é que os velhos são capazes de qualquer emoção.

- Bem sei que se há-de rir de mim - replicou ele mas o facto é que não o posso expor. Pus nele demasiado de mim mesmo.

Lord Henry estirou-se no divã e desatou a rir.

- Sim, já sabia que se havia de rir; mas é absolutamente certo, no entanto.

- Demasiado de si mesmo! Palavra de honra, Basil, não sabia que fosse tão vaidoso; e, na verdade, nenhuma semelhança posso ver entre você, com a sua cara forte e enrugada e o cabelo preto como carvão, e este jovem Adónis, que parece feito de marfim e pétalas de rosa. Ele, meu caro Basil, é um Narciso, e você, claro está, tem uma expressão intelectual. Mas a beleza, a verdadeira beleza, termina onde começa a expressão intelectual. A inteligência é em si um modo de exagero e destrói a harmonia do rosto. Quando uma pessoa se senta para pensar, torna-se toda nariz, ou toda testa, ou alguma coisa horrenda.

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Capa do livro O Retrato de Dorian Gray
Páginas: 335
Página atual: 5

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 3
Capítulo 3 23
Capítulo 4 47
Capítulo 5 67
Capítulo 6 91
Capítulo 7 110
Capítulo 9 142
Capítulo 10 165
Capítulo 11 181
Capítulo 12 195
Capítulo 13 225
Capítulo 14 236
Capítulo 15 246
Capítulo 16 265
Capítulo 17 279
Capítulo 18 293
Capítulo 19 301
Capítulo 20 313