Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 5: Capítulo 5

Página 136

- Sim, escolhemos.

- Portanto, a mulher e o homem têm a mesma natureza no que se refere à sua aptidão para guardarem a cidade, sem esquecer que a mulher é mais fraca e o homem mais forte.

- Assim parece.

- E, por conseguinte, é preciso escolher mulheres semelhantes aos nossos guerreiros, que viverão com eles e com eles guardarão a cidade, visto que são capazes disso e as suas naturezas são parecidas.

- Sem dúvida.

- Mas não se devem atribuir as mesmas ocupações às mesmas naturezas?

- As mesmas.

- Vemos assim que o circuito percorrido nos reconduz ao ponto de partida e admitimos que não é contra a natureza sujeitar as mulheres dos nossos guardas à música e à ginástica.

- Com toda a certeza.

- Deste modo, a lei que estabelecemos não é nem impossível nem comparável a um desejo vão, visto que está de acordo com a natureza. Muito pelo contrário, são as regras actualmente seguidas que vão contra a natureza. - É o que parece.

- Mas não ficámos de examinar se a nossa instituição era possível e desejável?

- Sim, ficámos.

- Ora, foi reconhecida possível.

- Foi.

- Em seguida, é preciso convencer-nos de que é desejável.

- Evidentemente.

- A educação que formará as mulheres na guarda não será diferente da que forma os homens, não é assim? Sobretudo se tiver por finalidade cultivar naturezas idênticas.

- Não será diferente.

- Pois bem! Qual é a tua opinião sobre isto?

- Sobre quê? '

- Admites que um homem seja melhor e outro pior ou considera-los todos iguais?

- De modo nenhum os considero iguais.

- Agora, na cidade que fundámos, quais são, a teu ver, os melhores: os guardas que receberam a educação por nós descrita ou os sapateiros que foram instruídos na arte do calçado?

- A tua pergunta é ridícula! - observou.

- Compreendo - respondi. - Mas como! Não são os guardas o escol dos cidadãos?

- Sem comparação.

- E as guardas não serão o escol das mulheres?

- Sim, também.

- Ora, há para uma cidade coisa que valha mais que possuir os melhores homens e as melhores mulheres?

- Não.

Mas isso não será o resultado da música e da ginástica aplicadas da maneira que descrevemos?

- Sim, sem dúvida.

- Por conseguinte, estabelecemos uma lei não só possível, mas também desejável para a cidade.

- Sim.

<< Página Anterior

pág. 136 (Capítulo 5)

Página Seguinte >>

Capa do livro A República
Páginas: 290
Página atual: 136

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 45
Capítulo 3 71
Capítulo 4 102
Capítulo 5 129
Capítulo 6 161
Capítulo 7 189
Capítulo 8 216
Capítulo 9 243
Capítulo 10 265