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Capítulo 7: Capítulo 7

Página 208
Mas não se trata, creio eu, de discutir acerca dos nomes quando temos de examinar questões tão importantes como as que nos propusemos.

- Por certo que não! - disse ele.

- Bastará, portanto - continuei -, chamar ciência à primeira divisão do conhecimento, pensamento discursivo à segunda, fé à terceira e imaginação à quarta; incluir as duas últimas sob o nome de opinião e as duas primeiras sob o de inteligência, tendo a opinião por objecto a geração e a inteligência a essência; e acrescentar que o que a essência é relativamente à geração é-o a inteligência relativamente à opinião, a ciência relativamente à fé e o conhecimento discursivo relativamente à imaginação. Quanto à correspondência dos objectos a que se aplicam estas relações e à divisão em duas de cada esfera, a da opinião e a do inteligível, deixemos isso, Gláucon, a fim de não nos lançarmos em discussões muito mais longas do que aquelas de que- saímos.

-Também chamas dialéctico àquele que explica a razão da essência de cada coisa? E, daquele que não o pode fazer, não dirás que ele possui tanto menos a inteligência de uma coisa quanto mais incapaz é de a explicar a si mesmo e aos outros?

- Como poderia recusar-me a dizê-lo?

- O mesmo sucede com o bem. Que um homem não possa, separando-a de todas as outras, definir a ideia do bem e, como num combate, abrir caminho através de todas as objecções, esforçando-se por fundamentar as suas provas, não na aparência, mas na essência; que não possa avançar através de todos esses obstáculos pela força de uma lógica infalível: não dirás de tal homem que não conhece nem o bem em si mesmo nem nenhum outro bem, mas que, se apreende algum fantasma do bem, é pela opinião, e não pela ciência, que o apreende, que passa a vida presente em estado de sonho e sonolência e que, antes de acordar neste mundo, irá para o Hades dormir o último sono?

- Por Zeus! Direi tudo isso e com força.

- Mas, se um dia tivesses de educar efectivamente essas crianças que educas e formas em imaginação, não lhes permitirias, julgo eu, se fossem desprovidas de razão, como as linhas irracionais, que governassem a cidade e resolvessem as questões mais importantes?

- Efectivamente, não - disse ele.

- Ordenar-lhes-ás, então, que se dediquem particularmente a receber essa educação que deve torná-los capazes de interrogarem e responderem da maneira mais sábia possível.

- Ordenar-lhes-ei - disse ele - de acordo contigo.

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Capa do livro A República
Páginas: 290
Página atual: 208

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 45
Capítulo 3 71
Capítulo 4 102
Capítulo 5 129
Capítulo 6 161
Capítulo 7 189
Capítulo 8 216
Capítulo 9 243
Capítulo 10 265