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Capítulo 8: Capítulo 8

Página 242

- Mas que dizes? Se o povo se irrita e pretende que não é justo que um filho na flor da idade esteja a cargo do pai, que, pelo contrário, o pai deve ser alimentado pelo filho; que não o trouxe ao mundo e o criou para ele próprio se tornar, quando o filho for grande, o escravo dos seus escravos e para o alimentar com esses escravos e a corja de criaturas que o rodeiam, mas sim para ser desembaraçado, sob o seu governo, dos ricos e daqueles a quem se chama gente honrada na cidade; que agora lhe ordene que saia do Estado com os seus amigos, como um pai expulsa o filho de casa, com os seus indesejáveis convivas...

- Então, por Zeus!, saberá o que fez quando procriou, acariciou, criou semelhante filho, e aqueles que pretende expulsar são mais fortes do que ele.

- Que dizes? - gritei. - Ousaria o tirano violentar o seu pai e até, se ele não cedesse, feri-lo?

- Sim - respondeu -, depois de o ter desarmado.

- Pelo que dizes, o tirano é um parricida e um triste apoio dos velhos; e eis-nos chegados, segundo parece, ao que toda a gente chama a tirania: o povo, de acordo com o ditado, evitando o fumo da submissão a homens livres, caiu no fogo do despotismo dos escravos e, em troca de uma liberdade excessiva e inoportuna, vestiu a libré mais dura e mais amarga das servidões.

- Com efeito, é o que acontece:

- Ora bem! Estaremos enganados se dissermos que explicámos adequadamente a passagem da democracia à tirania e o que é esta, uma vez formada?

- A explicação serve perfeitamente - respondeu.

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pág. 242 (Capítulo 8)

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Capa do livro A República
Páginas: 290
Página atual: 242

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 45
Capítulo 3 71
Capítulo 4 102
Capítulo 5 129
Capítulo 6 161
Capítulo 7 189
Capítulo 8 216
Capítulo 9 243
Capítulo 10 265