Seguia encosta arriba, mas, embora Tumai Pequeno observasse as estrelas através das abertas das copas, não sabia em que direcção ia.
Cala Nague atingiu a crista da subida, parou um instante, e Tumai Pequeno pôde ver as copas das árvores coloridas e ramalhudas sob o luar, na extensão de milhas e milhas, e a névoa branco azulada sobre o rio, na cova. Tumai Pequeno curvou-se para a frente a olhar e sentiu que a floresta estava desperta por baixo dele desperta, animada e povoada. Passou-lhe rente à orelha um grande morcego frugívoro acastanhado, estalaram na espessura as agulhas de um porco-espinho, e, na densa treva, ouviu entre os troncos um urso a escavar a terra quente e húmida e farejando ao mesmo tempo.
Depois os ramos fecharam-se-lhe de novo sobre a cabeça e Cala Nague começou a descer devagar para o vale - desta vez não tranquilamente, mas à maneira de um canhão destravado a descer um talude íngreme -, mas de um lanço. Os enormes membros moviam-se com a regularidade de pistões, oito pés de cada passada, e a pele enrugada das espáduas sussurrava. O mato rasteiro dos dois lados estalava, como o ruído de lona a rasgar, as árvores que arredava para a direita e para a esquerda com as espáduas, voltando com a força de molas ao seu lugar, zurziam-lhe os flancos; grandes cordas de trepadeiras, todas emaranhadas, pendiam-lhe das presas quando atirava a cabeça de um lado para o outro para abrir caminho. Tumai Pequeno cosia-se-lhe então com o cachaço enorme, para que um ramo o não varresse para o chão, e suspirava por estar de regresso às fileiras.
A erva começou a tornar-se pastosa e as patas de Cala Nague sugavam e esborrachavam ao assentar no chão, enquanto a névoa da noite, no fundo do vale, gelava Tumai Pequeno. Ouviu-se um chape, um tropel e o sussurro de água corrente, e Cala Nague atravessou o leito de um rio, apalpando o terreno a cada passo.
