- Então, coa brecal, porque te não deixaste ficar a transportar a bagagem do 39 de Infantaria Indígena, em vez de andares em correrias pelo acampamento? - disse a mula.
- Foram sonhos tão maus - continuou o camelo. - Sinto muito. Escutem! Que é aquilo? Teremos de continuar a fugir?
- Senta-te - disse a mula -, se não queres partir essas pernas altas entre as peças - fitou uma orelha a escutar. - Bois! - disse ela. - Bois da bateria! Palavra de honra que tu e os teus amigos acordastes bem o acampamento! É preciso picá-lo muito para fazer levantar um boi das peças.
Ouvi o arrastar de uma cadeia pelo chão e uma junta dos grandes bois brancos mal-humorados, que puxam os pesados canhões do cerco quando os elefantes se recusam a aproximar-se mais da linha de fogo, avançou ombro com ombro, e, quase a pisar a corrente, vinha outra mula de bateria, chamando desesperadamente por Biddy.
- Aquela é uma das nossas recrutas - disse a mula velha para o cavalo de esquadrão. - Está a chamar por mim. Ouve cá, moça, deixa de ganir. A escuridão ainda não magoou ninguém.
Os bois das peças deitaram-se juntos no chão e puseram-se a ruminar, mas a jovem mula chegou-se a Biddy.
- Que coisas! - disse. - Coisas medonhas e horríveis, Biddy! Penetraram nas nossas fileiras enquanto dormíamos. Parece-te que nos matarão?
- Está-me a chegar vontade de te dar a parelha de coices número um - disse Biddy. - A lembrança de uma mula de catorze mãos, com a tua instrução, desonrar a bateria diante deste cavalheiro!
- Calma, calma - disse o cavalo de esquadrão. - Lembra-te de que, a princípio, são todos assim. A primeira vez que vi um homem (foi na Austrália, tinha eu três anos) andei a fugir meio dia, e, se tivesse visto um camelo, andaria ainda a fugir.