O Livro da Selva - Cap. 2: A CAÇADA DE CÁ Pág. 32 / 158

» A cobertura dos ramos fechou-se sobre o rapaz, mas Tchil deslocou-se na direcção da árvore seguinte, a tempo de ver aparecer de novo o rostozinho moreno.

- Toma nota da minha pista - bradou Máugli. - Informa Bálu da Alcateia de Seiôuni e Bàguirà da Rocha do Conselho.

- Da parte de quem, irmão? - Tchil ainda não tinha visto Máugli, embora, naturalmente, tivesse já ouvido falar dele.

- De Máugli, a rã. Cachorro de homem é o que me chamam!

Repara na minha pista!

As últimas palavras foram gritadas enquanto o transportavam balançando pelo ar, mas Tchil acenou que sim e elevou-se nos ares até não parecer mais que um ponto quase imperceptível, e aí pairou, observando com olhos telescópicos a agitação das ramagens que a escolta de Máugli produzia, avançando vertiginosamente.

- Nunca vão muito longe- disse, rindo-se para dentro. - Nunca fazem o que se propunham fazer. Os Bândarlougue estão sempre a inventar coisas novas. Desta vez, se vejo alguma coisa, arranjaram lenha para se queimarem, porque Bálu não é novato e Bàguirà, posso garanti-lo, não mata apenas cabras.

Embalou-se pois nas asas, de patas recolhidas, e aguardou. Entretanto Bálu e Bàguirà estavam furiosos de raiva e pesar.

Bàguirà trepou como nunca trepara, mas os ramos delgados quebraram-se-lhe sob o peso, e ela escorregou para o chão com as garras cheias de casca.

- Porque é que não preveniste o cachorro de homem? berrou ela ao pobre Bálu, que se tinha lançado a trote pesadão na esperança de alcançar os macacos. - De que serviu matá-lo quase à pancada, se o não preveniste?

- Depressa! Corre! Anda... ainda podemos alcançá-los! disse Bálu, arquejante.

- A esse andar? Não fatigaria uma vaca ferida! Mestre da Lei, castiga-cachorros, uma só milha a arfares assim de um lado para o outro fazia-te rebentar.





Os capítulos deste livro