E quão mesquinhas são essas pesquisas quando as comparamos com as que atacam as próprias raízes da vida, a natureza da alma!
Sempre tinha considerado o espírito como um produto da matéria. O cérebro, quanto a mim, segregava a inteligência, como o fígado segrega a bílis.
Mas como podia ser isso verdade, agora que vejo o espírito a agir à distância e a brincar com a matéria como um músico tocaria um violino.
Por conseguinte, o corpo não dá nascimento à alma.
E, antes, o instrumento grosseiro por intermédio do qual o espírito se manifesta.
Não é o moinho de vento que faz nascer o vento, apenas o manifesta.
Isto encontrava-se em contradição com todos os hábitos do pensamento e, no entanto, era possível sem nenhuma contestação, e que valia a pena de ser estudado com cuidado.
E porquê abster-me de estudá-lo?
Encontro com a data de ontem estas palavras:
"Se pudesse descobrir algo de positivo e objectivo, deixar-me-ia tentar por abordar a questão pelo seu lado fisiológico."
Ora bem, tenho este meio de controlo. Manterei a palavra.
É uma investigação que, estou seguro, teria um imenso interesse.
Alguns dos meus colegas encarariam a coisa de soslaio porque a ciência está cheia de preconceitos que não reflectem. Mas se Wilson tem a coragem das suas convicções, eu posso muito bem permitir-me tê-la também.
Irei procurá-lo amanhã de manhã, a ele e a miss Penelosa.
Se ela pode fazer-nos ver tantas coisas, é provável que possa mostrar-nos ainda mais.
26 de Março. Como já esperava, Wilson está entusiasmado com a minha conversão e miss Penelosa deixava transparecer algum prazer por ter triunfado na sua experiência.
É estranha esta criatura, silenciosa e incolor excepto quando faz uso do seu poder.