Mas quando me acho junto dela, não me sinto assim. Desperta algo em mim - algo de mau -, algo em que eu gostaria de não pensar. Paralisa o que de melhor existe na minha natureza, ao mesmo tempo que lhe estimula o que há de pior.
Decididamente não é bom para mim ficar junto dela. O último serão foi mais perigoso do que o outro.
Em vez de fugir, fiquei ali, a minha mão nas dela, e a conversar sobre os temas mais íntimos. Entre outras coisas, falámos de Agathe.
O que eu fui capaz de sonhar!
Miss Penelosa disse que Agathe era banal e eu dei-lhe razão.
Falou-me mais uma ou duas vezes de Agathe em termos pouco lisonjeiros e eu não protestei.
Que criatura eu fui!
Mas apesar de toda a fraqueza que mostrei, ainda me sinto com força bastante para vislumbrar o fim de tudo isto.
Tais coisas nunca mais acontecerão.
Terei o bom senso suficiente para fugir quando estiver fora de combate.
A partir deste domingo à noite, nunca mais terei uma sessão com miss Penelosa - nunca mais.
Renunciemos às experiências, deixemos assim as pesquisas; tudo é preferível à obrigação de enfrentar esta tentação monstruosa que me faz descer tão baixo!
Não disse nada a miss Penelosa, mas manter-me-ei simplesmente afastado.
Ela há-de compreender a razão sem que eu precise de dizer uma palavra.
7 de Abril. Fiquei em casa, como disse.
Que pena perder um estudo tão interessante, mas que pena também arruinar a minha existência, e ser que diante desta mulher já não sou senhor de mim.
11 da noite. Que Deus me acuda! Que se passa comigo.
Estou a enlouquecer?
Procuremos manter a calma e raciocinar um pouco.
E em primeiro lugar vou anotar exactamente o que se passou.
Eram perto das oito horas quando escrevi as linhas com que este dia do meu diário começa.