Sentia uma inquietude, uma agitação estranha, e saí para ir passar o serão com Agathe e a mãe.
Ambas notaram que eu estava com um ar pálido e esgazeado.
Cerca das nove horas, o professor Pratt-Haldane entrou e começámos a jogar whist.
Fiz grandes esforços para concentrar a atenção nas cartas, mas a sensação de agitação febril continuou a crescer, a tal ponto que me julguei incapaz de vencê-la.
Isso foi-me muito simplesmente impossível.
Por último, mesmo no decurso de uma distribuição de cartas, atirei as minhas para a mesa. Tartamudeei algumas desculpas incoerentes acerca de um encontro, e precipitei-me para fora da sala.
Tenho uma vaga lembrança, como a de um sonho, de haver percorrido o vestíbulo em passo de corrida, de ter de certo modo arrancado o meu chapéu do cabide e atirado violentamente com a porta ao sair.
Revejo também, como num sonho, o encadeado dos bicos de gás, e o meu calçado sujo de lama prova-me que devo ter seguido pelo meio da rua a correr.
Tudo tinha um ar velado, estranho, irreal. Fui a casa dos Wilson.
Vi mrs. Wilson, vi miss Penelosa.
Pouco me recorda do que conversámos, mas lembro-me de que miss Penelosa me ameaçou por brincadeira com o castão da bengala, me acusou de estar atrasado e de já não me interessar muito pelas nossas experiências.
Não houve magnetização, mas fiquei lá alguns instantes e acabo de regressar a casa.
O meu cérebro recobrou agora a sua clareza e posso reflectir sobre o que se passou.
É absurdo atribuir tudo à fraqueza e à força do hábito. Na outra noite, tentei explicar a coisa desta maneira, mas já não é suficiente.
É algo de mais profundo e de mais terrível também. Quando estava em casa dos Marden, diante da mesa de jogo, fui puxado como se tivesse um nó corrediço passado no pescoço.