Verei se ele pode dar-me alguns conselhos.
4 da tarde. Não, não pode.
Falei com ele, e testemunhou uma tal surpresa, logo às primeiras palavras em que aludi ao meu horrível segredo, que não fui mais longe.
Tanto quanto posso avaliar (segundo indicações vagas e deduções, mais do que por afirmações nítidas) o que ele próprio sentiu reduziu-se a palavras ou a olhares, parecidos com aqueles que me foram dirigidos.
O simples facto de se ter afastado de miss Penelosa basta para provar que nunca foi realmente seu prisioneiro.
Oh!, se suspeitasse do que estivera prestes a suceder-lhe! Deve agradecê-lo ao seu fleumático temperamento de anglo-saxão. Eu sou moreno e celta, e a garra desta feiticeira entra-me profundamente nos nervos.
Chegarei um dia a escapar-lhe?
Voltarei a ser alguma vez o homem que era há apenas quinze dias?
Vejamos, examinemos o que tenho de melhor a fazer. Não posso pensar em deixar a Universidade no decurso de um semestre.
Se estivesse livre, o meu plano depressa ficaria traçado. Partiria sem delongas e faria uma viagem à Pérsia. Mas ela permitir-me-ia partir? E a sua influência não seria suficientemente forte para apanhar-me na Pérsia e trazer-me para o alcance da sua muleta?
Foi só graças a uma amarga experiência pessoal que pude aperceber-me dos limites do seu poder infernal.
Lutarei, lutarei, lutarei. Que mais posso eu fazer?
Sei muito bem que perto das oito da noite a necessidade invencível da sua companhia, esta agitação excessiva, se apoderarão de mim.
Como conseguirei ultrapassá-las? Que devo fazer? Tenho que tornar impossível a saída do meu quarto. Fecharei a porta à chave e atirarei a chave pela janela.
Sim, mas como proceder na manhã seguinte?
Não pensemos nesse dia seguinte: devo a todo o custo quebrar esta corrente que me prende.
